quinta-feira, 1 de abril de 2010

Arsenal x Barcelona: Fàbregas, Henry e a relação com os ex-clubes

O texto de hoje será sobre um fato que presenciei no jogo desta quarta-feira, entre Arsenal x Barcelona, no Emirates Stadium, em Londres. Não vou escrever um relato do jogo e nem mesmo declarações dos jogadores sobre o empate por 2 a 2, afinal isso pode ser lido em qualquer portal de notícias. Gostaria de falar sobre dois personagens, Cesc Fàbregas e Thierry Henry, já que cada um possui uma relação próxima com o clube adversário deste duelo da Champions League.
Ídolo da torcida dos Gunners, Henry chegou a declarar que não queria entrar em campo para enfrentar o ex-time. Os oito anos que atuou pelo clube do norte de Londres e os títulos conquistados deixaram marcas nele e nos fãs. Quando entrou em campo para o aquecimento e quando teve o seu nome anunciado na escalação, mesmo na reserva, foi ovacionado pelos torcedores, agora adversários. Ao substituir Ibrahimovic no segundo tempo, ganhou mais aplausos dos ingleses. Após o apito final, o atacante francês foi o último a deixar o gramado. Cumprimentou e bateu palmas dirigindo-se a todos os lados das arquibancadas do Emirates, e mais uma vez foi aplaudido e teve o seu nome gritado.
O reconhecimento aos ídolos, mesmo que estes atualmente estejam do lado oposto, é uma coisa normal aqui na Inglaterra. Há três semanas, David Beckham recebeu o mesmo tratamento da torcida do Manchester United ao voltar a Old Trafford com a camisa do Milan. O brasileiro Gilberto Silva, ex-Arsenal, também sempre é muito aplaudido quando atua em Londres pela seleção brasileira.
A história de Fàbregas é diferente, mas segue o mesmo princípio. O meia espanhol trocou o Barcelona pelo Arsenal antes de estrear pela equipe profissional, mas nunca escondeu que é torcedor do clube catalão. No jogo desta quarta, algumas de suas atitudes ilustraram isso. Ficou inconformado quando recebeu o terceiro cartão amarelo –por uma falta duvidosa em Busquets-, que o deixará de fora da partida de volta no Camp Nou. Depois de marcar de pênalti o gol de empate, preferiu não comemorar. A suspensão tirou a chance de o craque poder retornar ao lugar onde começou a carreira.
Por falar em Fàbregas, vou aproveitar esse post para contar uma breve história sobre ele. Há pouco mais de um ano, juntamente com o amigo e repórter Alexandre Coutinho, fiz uma entrevista exclusiva com ele no centro de treinamento do Arsenal. A matéria de cinco páginas foi publicada pela revista “Placar”, em dezembro de 2008. Vale citar o quanto o jogador foi gente boa e demonstrou descontração durante o bate-papo. Após meses para conseguir agendar, a assessoria de imprensa do clube havia dito que a entrevista teria que durar no máximo 15 minutos. No entanto, a conversa rolou por mais de meia hora, com o próprio Fàbregas dizendo para a assessora que poderia continuar a entrevista por mais tempo, após ela tentar interromper no horário pré-determinado. Na ocasião, o espanhol falou sobre essa relação que tem com o Barça, lembrando da sensação de disputar a final da Champions League de 2006 contra o clube do coração, quando o Arsenal foi derrotado por 2 a 1.

Para finalizar, vou colocar nesse post um vídeo da torcida inglesa antes da partida contra o Barça, pelas quartas-de-final, certamente um dos jogos mais importantes que já acompanhei por aqui. A música cantada é “The Wonder of You”, escrita por Baker Knight, gravada por Ray Peterson, e posteriormente por Elvis Presley. A canção foi adotada como um hino pelo Arsenal, e é tocada antes do início de todas as partidas no Emirates.


Legendas: 1)times alinhados para Arsenal x Barcelona - 2)Henry deixa o gramado ovacionado e retribui - 3)Duas das páginas da "Placar" da matéria com Fàbregas - 4)vídeo da torcida do Arsenal com a música "The Wonder of You"

Nenhum comentário:

Postar um comentário