segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Barcelona: orgulho catalão, obras de Gaudí e praias conquistam os turistas


Barcelona costuma ser uma das cidades favoritas da maioria dos turistas. E não é para menos. O clima e o ambiente de uma cidade litorânea, especialmente no verão, são contagiantes. Mas além das praias e de muita diversão, você pode encontrar por lá diversos museus, parques e prédios com uma arquitetura particular. E tenha um nome sempre da cabeça: Antoni Gaudí. Referência do modernismo catalão, o arquiteto é responsável pela maioria das belezas de Barcelona. Mas não é só isso. A cidade desenvolveu-se bastante com as Olimpíadas de 1992. Sem falar no orgulho do povo da Catalunha, uma das características marcantes da cidade. Nas ruas e nas conversas, o catalão é a língua mais utilizada pelos moradores (claro que no contato com os viajantes eles falam espanhol).

Fui a BCN duas vezes. Na primeira, fiquei por lá 4 dias em dezembro de 2008, na mesma viagem em que estive em Madri. Na segunda, fiquei apenas 1 dia em setembro de 2009, quando fui parar lá meio que por acaso após perder um voo para Marrocos (como já contei em post anterior nesse blog). Apesar de ser menor do que Madri, Barcelona é uma cidade que exige mais tempo para se conhecer. Há uma diversidade maior de atrações, além de os pontos de interesse serem mais espalhados. Com isso, no mínimo três dias por lá são recomendáveis. Chegando de avião, há dois aeroportos bastante utilizados. O aeroporto internacional de Barcelona não é longe e é facilmente ligado ao centro da cidade por um trem. Já o outro, onde chega a maioria dos vôos das companhias low-cost (Ryanair, Easyjet), fica na cidade vizinha de Girona, e é preciso pegar um ônibus e viajar cerca de 1 hora até o centro. Para se locomover na cidade, a melhor opção é usar as várias linhas de metrô disponíveis.
A mais famosa e imponente atração é a Sagrada Família, um templo católico que teve a sua construção iniciada em 1882 e ainda não está concluído. Obra de Gaudí, claro. Os detalhes na fachada impressionam e a altura das torres também. O lado interno é um canteiro de obras, bem menos interessante do que o externo. Mas, para quem pagar 10 euros para entrar e não quiser ver apenas operários trabalhando, vale subir na torre de onde se tem uma bela vista panorâmica da cidade. Seguindo nas construções de Gaudí, as linhas curvas de La Pedrera e o Palau Güell também devem ser visitados.

Outro lugar imperdível criado pelo arquiteto catalão é o Parque Güell, que fica um pouco afastado do centro, mas pode-se chegar próximo de metrô (estação Vallcarca), depois é só subir algumas escadas rolantes no meio da rua. O parque apresenta uma curiosa mistura da tradicional arquitetura de Gaudí com a natureza. Destaque para o banco-varanda, formado por vários pedaços de azulejos quebrados.
Na parte mais central da cidade, várias atrações podem ser atingidas a pé. Las Ramblas, a principal rua da cidade, é um calçadão que liga o porto (onde há um monumento com uma estátua de Cristóvão Colombo, o descobridor das Américas) até a Praça da Catalunha. Ao longo dela, vários bares, restaurantes, vendedores e artistas de rua. Nas travessas, atrações como o Mercado de La Boquería e a Praça Real. Ali perto, o Bairro Gótico, com o seu labirinto de ruas estreitas, a Catedral, a Prefeitura, o Museu Picasso e a Igreja de Santa Maria Del Mar. Um pouco mais ao leste, o Parque de La Ciutadella.

Mas talvez o passeio mais agradável seja a caminhada que se estende do porto até a praia de Barceloneta. No verão, esse trajeto está repleto de descontraídos turistas aproveitando o clima agradável. Vale uma passada no shopping do porto e, claro, vale gastar um bom tempo em Barceloneta. Durante o dia, praia, sol, cerveja, top-less e tudo aquilo que o verão europeu de melhor nos proporciona. À noite, diversos bares e baladas agitam o local. Um pouco depois dali, também vale destacar o Porto Olímpico, região que foi revitalizada com os Jogos Olímpicos e hoje conta com bons bares e restaurantes.
E ainda não acabaram os pontos turísticos de Barcelona. O morro de Montjuic e proximidades apresentam ainda mais atrações. Por ali, ficam o estádio Olímpico, o Museu Olímpico, o castelo e o teleférico de Montjuic, o Museu Nacional de Arte da Catalunha, a Fundação Juan Miró e a Praça de Espanha com as fontes luminosas (em determinados dias à noite rola um bonito espetáculo de águas e luzes).

Ainda existem outras atrações para gostos específicos. Assim como boa parte das cidades espanholas, Barcelona também tem uma arena para touradas, a Praça Monumental, que funciona apenas durante a temporada de verão (vale citar que existem muitos que desaprovam e fazem protestos contra as touradas, especialmente em BCN). No entanto, muito mais interessante e do agrado da maioria é o estádio de futebol Camp Nou. Assisti lá o clássico Barcelona x Real Madrid (2 a 0 pro Barça com gols de Messi e Eto`o), em dezembro de 2008, quando fiz uma matéria para a revista “Placar”. O estádio já é sensacional, em um jogo desses ainda, foi uma experiência irada.
Para finalizar, uma dica básica para evitar micos e aproveitar da melhor forma possível a estada em Barcelona. Como em qualquer lugar do mundo que recebe muitos turistas, a cidade catalã está cheia de bares e restaurantes pega-turista-trouxa. Fuja deles! Coma uma tradicional paella espanhola, mas nunca as terríveis paellas congeladas pré-prontas (de marcas como El Paellador) vendidas em diversos locais. Prefira gastar um pouco mais e comer um prato decente. O mesmo bom senso vale na hora de escolher bares e baladas durante a noite.
Como pode ser observado, há bastante coisa para se curtir por lá. Não importa se você gosta mais de Gaudí, de paella, do Camp Nou ou da badalada Barceloneta, Barcelona encanta quem a conhece. Até hoje, não conheci ninguém que tenha falado mal ou mesmo mais ou menos da cidade. BCN, de fato, é contagiante.

Legendas: 1) Sagrada Família - 2) Parque Güell - 3) Porto no final de Las Ramblas - 4) Praia de Barceloneta - 5) Estádio Camp Nou, pouco antes de Barcelona x Real Madrid

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Madri: a vibrante metrópole espanhola muito além dos pontos turísticos


Antes dos outros posts sobre as viagens de verão, vou escrever sobre as duas principais cidades espanholas e suas peculiaridades. Madri e Barcelona possuem encantos distintos, que agradam a gostos diversos. Visitando as duas, você pode dizer que conhece a essência da Espanha, mas, principalmente, pode dizer que conhece as diferenças entre dois povos que dividem o mesmo país, deixando claro a rivalidade entre os nacionalismos espanhol e catalão.
Deixando a parte política de lado e guardadas as devidas proporções, podemos comparar as duas cidades dizendo que Madri é São Paulo, enquanto Barcelona é o Rio de Janeiro. Nesse primeiro post, vou falar sobre a vibrante capital espanhola, uma das minhas cidades preferidas. Depois de Londres, Madri provavelmente seria a cidade que eu escolheria para morar. Ao contrário da maioria das pessoas que eu converso, prefiro Madri do que a sua concorrente (e olha que Barcelona é sensacional também). Os motivos serão explicados no decorrer do texto.

Estive duas vezes na capital espanhola. Na primeira vez, fiquei 6 dias por lá junto com o amigo e jornalista Alexandre Coutinho, em dezembro de 2008. Depois, mais 4 dias em maio de 2010, junto com o também amigo e jornalista Felipe Rocha, durante a cobertura da final da Champions League (ainda escreverei um post específico sobre os bastidores desse jogo). Foram duas viagens diferentes, uma em pleno inverno e tendo o turismo como prioridade, a outra no verão e mais focada no trabalho. Mas, definitivamente, as duas foram muito bem aproveitadas.
A maior cidade da Península Ibérica (com 3,2 milhões de habitantes) é daquelas que funciona 24 horas por dia em um incansável ritmo latino. Existem museus, monumentos, parques, restaurantes, bares e baladas para todos os gostos. Assim como grande parte das capitais europeias, Madri também foi invadida por imigrantes (vale citar que os chinesinhos vendendo cerveja por 1 euro à noite nas ruas são bem úteis, pensando na economia), mas é possível encontrar a tradicional cultura espanhola preservada em vários lugares.
A locomoção é bastante eficiente por lá. O único aeroporto, o Barajas, é localizado perto do centro e facilmente acessível de metrô, que tem um sistema extenso e te leva para todos os pontos importantes. As estações de trem também são bem centrais. É possível conhecer grande parte das atrações a pé, em uma caminhada agradável. Por isso, vale bem a pena pegar um hostel central, mas nunca o United World International. Apesar de bem localizado, é pequeno, mal organizado, com funcionários ruins e fecha para limpeza das 11h as 14h. Ou seja, você tem que acordar essa hora e ir pra rua. Ridículo. Fiquei lá e não recomendo para ninguém.

Nos dias quentes, um bom ponto de partida é o Parque del Retiro, local onde você pode relaxar nos amplos gramados (e quem sabe encontrar um espanhola sorrindo pra você) ou alugar um barco a remo para passear pelo lago. Em uma das entradas do parque está a imponente Puerta de Alcalá, e alguns quarteirões acima está a Plaza de Cibeles, tradicional ponto de comemorações de futebol, como os títulos do Real Madrid ou da seleção da Fúria.
O Palácio Real, a Catedral de Almudena, a Plaza Mayor e a praça da Prefeitura (Ayuntamiento) são outras atrações que fazem parte do roteiro básico de qualquer visitante. E, mesmo para quem não tem muita paciência para museus, Madri conta com dois dos mais importantes centros de arte do mundo. O Museu do Prado abriga, por exemplo, a famosa pintura da Musa Desnuda, de Goya (pra quem não se lembra, no filme Titanic o Jack pinta a Rose inspirando-se nesse quadro). Já o Museu de Arte Reina Sofia apresenta várias obras de Picasso, entre elas a Guernica.
Mas o coração de Madri é a Puerta del Sol, praça movimentadíssima de dia, de noite e de madrugada. Ali fica a estátua-símbolo da capital, um urso e uma árvore de blueberry (El Oso y el Madroño). Nos arredores da praça e também ao longo da Gran Vía (a principal avenida) ficam inúmeros bares e restaurantes, ou as famosas `taparias` da Espanha.
Tapas são nada mais do que algumas porções, tradicionais na culinária espanhola, como vários tipos de queijo, presunto, salame ou peixe, camarão, carne, entre outras, que podem ser acompanhadas de pão. É sempre uma ótima opção pro início da noite comer tapas, devidamente acompanhadas por uma caña de cerveza. Como indicações de lugares para isso, cito a Alhambra ou o Gallego, que são espetaculares. E não deixe de experimentar o popular jamón ibérico, um sensacional presunto típico da Espanha. Outro local popular para apreciar diversos tipos de presunto (jamón) é o Museo del Jamón.

Deixei para o final a dica que mais me apetece em Madri: 100 Montaditos. É uma lanchonete (existem umas três ou quatro espalhadas pelo centro) com uma ideia simples, mas acho que pioneira, de uma qualidade ímpar e que está sempre cheia. No cardápio, são cem diferentes opções de mini-sanduíches com os mais variados recheios, como presunto, queijo, atum, salmão, carne, cream-cheese, maionese, entre outras misturas, e alguns doces também. Por apenas 1,20 euro cada, você come muito bem e gasta pouco. Claro que depende da fome, mas uns seis montaditos te deixam satisfeito. Se ninguém roubar minha ideia antes, ainda abrirei um desses em São Paulo.
Bom, não tem como falar de Madri sem falar das baladas. A noite de Madri, uma das melhores da Europa, começa tarde, e bem tarde eu diria. Cheguei a entrar em uma balada depois das 3 horas da manhã por lá. São diversas opções. Um dos lugares que fui é a renomada Pachá, club posh, ou seja, com várias frescuras, mas nem por isso ruim. Vai de cada um. É caro, só pode entrar se estiver bem vestido, não podem entrar vários homens juntos, etc... Mas há uma mulherada violenta lá dentro. Outra opção boa é o Sala Sol, balada mais alternativa, com um povo mais descolado e diversão garantida.
E para quem gosta pelo menos um pouquinho de futebol, não deixe de ir ao grandioso estádio Santiago Bernabéu. Além de Inter de Milão 2 x 0 Bayern de Munique (final da Champions League desse ano), assisti lá Real Madrid 3 x 4 Sevilla e Real Madrid 3 x 0 Zenit (RUS), em 2008. Emoção total. O tour pelas dependências do estádio, que inclui o museu e a sala de troféus do Real Madrid também é bem interessante.

É preciso ressaltar dois pontos que contribuíram muito para essa minha simpatia pela cidade. No total das duas viagens, foram 10 dias que fiquei em Madri, o que faz com que eu tenha aproveitado a cidade com muito mais tempo, sem aquela correria de ir apenas às atrações turísticas, e sim conhecendo também o dia-a-dia dos madrilenhos. Outro fator fundamental foi: na minha primeira visita, fiquei na casa do amigo e jornalista Julio Gomes, que morou quatro anos por lá e nos levou já nos lugares certos. Provavelmente, eu não teria descoberto logo os restaurantes e bares que citei acima sem a ajuda dele.
A grande desvantagem em relação a Barcelona é que Madri não tem praia, talvez por isso os turistas prefiram mais a cidade costeira. Minha dica é simples: vá morar em Madri e passe férias de verão em Barcelona.

Legendas: 1) Plaza Mayor - 2) Palácio Real - 3)Parque del Retiro - 4)Puerta del Sol e a estátua-símbolo de Madri - 5) estádio Santiago Bernabéu

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mais Croácia: Plitvice Lakes, um parque natural como poucos, e Hvar, a ilha da moda


Plitvice Lakes (ou Plitvička jezera, em croata) foi a nossa próxima parada em terras croatas. O local de nome quase nada complicado é um parque nacional considerado patrimônio da humanidade pela Unesco, e foi um dos pontos altos da trip. São centenas de cachoeiras, dezenas de lagos de águas verdes, azuis e cenários absurdamente sensacionais nos Balcãs. E olha que ouvi diversas vezes antes da viagem: 'Pô, mas nós vamos sair da ilha das baladas e perder um dia inteiro visitando um parque no meio do mato?`. Confesso que achei que seria duro fazer esse trajeto, mas o lugar é tão cartão-postal que a decisão de visitá-lo foi mais do que acertada. Os dez integrantes da viagem não se arrependeram disso.
Saímos de Novalja no domingo de manhã e após três horas na estrada chegamos ao local. Como não alugamos carro, a melhor forma foi fechar um táxi-van para nos levar e deixar na volta em Zadar, pelo preço de 250 kunas (34 euros) cada um. A outra opção seria voltar até Zadar e pegar outro ônibus até Plitvice, o que seria muito demorado e acabaria saindo mais caro.

O ingresso de entrada no parque custa 110 kunas (15 euros) e você tem a possibilidade de escolher entre vários caminhos a serem percorridos, os quais variam de 2 a 8 horas de percurso. Escolhemos um que demorou cerca de 3 horas e meia de caminhada pelas trilhas, incluindo um trecho de barco pelo maior dos lagos. Conhecemos a maior parte do parque nesse tempo, terminando com uma passada na maior queda d`água do local. Acho que as fotos podem explicar melhor sobre a beleza do parque.
De lá, o motorista da van nos deixou em Zadar, onde passamos mais uma noite antes de seguirmos ao nosso próximo destino. A comunicação é outro ponto a ser destacado sobre a Croácia. Apesar de grande parte dos jovens falarem inglês, são raras as pessoas mais velhas ou com menos instrução que sabem o idioma da Terra da Rainha. Como eu só aprendi a falar “Hvala” (Obrigado) em croata, às vezes rolou uma certa dificuldade de entendimento, como com o motorista da van ou com a dona do apartamento em Novalja. Mas nada que a mímica ou uma mistura de línguas não solucionasse o problema.

Ainda aproveitamos a segunda-feira de praia em Zadar antes de pegarmos outra van para a cidade de Split, que nessa ocasião foi apenas um ponto de passagem. Logo que chegamos, pegamos um ferry rumo à ilha de Hvar, um trajeto de pouco menos de 2 horas, por 47 kunas (7 euros). Também existe o barco rápido (catamarã) que é até mais barato (vai entender...), mas são apenas duas saídas diárias.
O ferry chega no porto de Stari Gradi, do outro lado da ilha. De lá, pegamos um ônibus que demora uns 20min até o centro de Hvar (Hvar Town), onde chegamos à noite, umas 22h30. Assim como em Novalja, tínhamos um apartamento reservado para menos do que dez pessoas (nesse caso tínhamos fechado pela internet apenas um dia antes). No entanto, com uma boa conversa e contando com a boa receptividade do senhor croata, conseguimos resolver a situação e arrumar cama para todos.
Hvar, que chegou a ser uma coloônia grega, é uma cidade com várias construções históricas. A ilha é muito mais conhecida do que Novalja, com isso, um pouco mais estruturada e certamente mais cara. O turismo por lá já é coisa que acontece há bem mais tempo, por isso, o perfil dos turistas também muda. Na média, são pessoas mais ricas, de nacionalidades mais variadas (isso significa também mais brasileiros), há mais famílias. No porto, é possível ver vários “barquinhos”, iates e veleiros de sei lá quantos pés. Na balada, como alguém definiu bem a diferença: “Hvar é muito pagação, enquanto Novalja é mais pegação”. Isso tudo não quer dizer que uma ilha é melhor do que a outra, são estilos diferentes, depende do gosto de cada um. Na minha opinião, os dois lugares valem a visita.

Durante o dia, algumas boas praias (todas de pedra) podem ser alcanças com uma pequena caminhada desde o centro, várias outras apenas com algum meio de transporte. Até existem ônibus, mas o que eu senti falta mesmo foi a possibilidade de alugar aqueles quadriciclos (que são praticamente obrigatórios e fáceis de achar nas Ilhas Gregas). Na Croácia, até vi alguns, mas são pouquíssimos e com um preço altíssimo. A partir da tarde até o início da noite, o lugar do agito é o Hula-Hula Beach Club, na beira do mar, perto do centro. Apesar de ser localizado em uma praia bem apertada, é lá onde rola música, cerveja, mulherada de top-less e tudo mais que um verão que se preze tem que ter.
À noite, o lugar mais concorrido é o Carpe Diem Bar, que fica lotado até cerca de 1h da manhã. Uma das opções de balada é o Veneranda, mas a que achei mais interessante foi a Carpe Diem Beach. A partir de 1h30, barcos saem do porto no centro em direção a uma pequena ilha localizada a uns 10min dali. Pagamos cerca de 8 euros para a entrada e, apesar de as bebidas serem caras, vale a pena conhecer. O som rola até o sol nascer e o lugar, a maior parte a céu aberto, é irado.

Depois de duas noites em Hvar, pegamos o ferry de volta a Split, onde ainda dormimos antes de seguirmos em um voo para Roma (ITA). Tivemos pouquíssimo tempo na segunda maior cidade da Croácia (fica atrás apenas da capital Zagreb), mas deu pra perceber que é bem movimentado. Ainda demos sorte e curtimos uma típica festa croata pelas ruas de Split (com direito a cerveja e sardinha de graça), era feriado em comemoração ao Dia da Vitória, relacionado à guerra na separação da antiga Iugoslávia.

Legendas: 1,2) Plitvice Lakes - 3) Porto e centro de Hvar - 4)Praia próxima ao centro de Hvar - 5) Hula-Hula Beach Club, no final da tarde, em Hvar

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Zrce Beach (Novalja): o novo destino para baladas no verão europeu fica na Croácia


Sem dúvida nenhuma e sem medo de errar: quer diversão? Vá para a Croácia. Posso estar contagiado pela empolgação de uma viagem recente, afinal voltei de lá há menos de um mês, mas essa é a dica para uma viagem de verão irada. Claro, existem outros inúmeros destinos recomendáveis, mas as paradisíacas ilhas croatas com as suas vibrantes baladas são o novo point do verão europeu.
Passei oito dias em diversas cidades do país junto com mais nove amigos: João, Chuck, Alex, Bruno, Jadson, Camila, Pauline, Mari e Yllen. A prioridade na escolha do roteiro foi praia e festa. Por isso e devido à distância e à falta de tempo, Dubrovnik, cidade histórica que dizem ser imperdível, ficou para uma próxima visita. Desta vez, as eleitas foram: Novalja (a nova Ibiza), Hvar (badalada ilha dos endinheirados), Zadar e Split (cidades famosas e portas de acesso às anteriores) e Plitivice (local onde fica um parque nacional, com cenários naturais inexplicáveis).
De todas as viagens que já fiz, essa talvez tenha sido a com menor planejamento. Um pouco por causa das dificuldades de se encontrar informações pela internet, um pouco devido ao grande número de integrantes viajando juntos. Fato (testado, comprovado e recomprovado três vezes): viajar com muita gente junta não é o ideal. Podem ser dez pessoas que se deem super bem, o problema não é a individualidade, é a coletividade. É impossível dez pessoas sempre quererem fazer a mesma coisa ao mesmo tempo. Coisas simples como almoçar, ir ao banheiro, se arrumar pra sair, bater uma foto se transformam em um tormento. Problemas sempre acontecem, é inevitável e mais do que normal. Ah, mas é divertido estar com uma galera, não é? Muito, em vários momentos, não tenho dúvidas que é bem legal. Mas, excursões da Tia Augusta à parte, o ideal é viajar em quatro ou cinco pessoas no máximo. Façam o teste e me cobrem depois. Mas isso é apenas um pequeno detalhe perto dos diversos momentos inesquecíveis em terras croatas.

Chegamos a Zadar em uma quarta-feira por volta das 13h. A primeira missão era saber se valeria a pena alugar um carro (no caso, teriam que ser dois). Por economia, optamos por não pegar, mas pela comodidade é uma opção que deve ser considerada. Para a primeira noite, tínhamos reservado o Hostel Old Town, o único albergue localizado no centro da cidade. Como o local é pequeno e bastante concorrido, os últimos três integrantes da viagem só acharam vaga em outro hostel mais afastado. Zadar é uma cidade pequena, onde os pontos de interesse ficam concentrados na Old Town. No pouco tempo lá, pudemos aproveitar o sol na praia de Ravnice e a noite no Maraschino Bar, boas opções que podem ser alcançadas a pé desde o centro.

No dia seguinte pela manhã, após cerca de uma hora e meia de ônibus (8 euros), chegamos ao destino mais esperado dessa viagem: Novalja, na ilha de Pag. Muitos conhecem o local apenas como Zrce Beach, praia onde ficam as famosas baladas a beira-mar. Novalja é o novo point do verão europeu, durante julho e agosto milhares de jovens migram para lá em busca das festas. Por ser um lugar ainda não explorado por muitos, o nível do público é bem selecionado. Na estatística feita por nós mesmos, croatas e eslovenas foram as nacionalidades (em quantidade e em qualidade) mais encontradas por lá. Claro, também há muitas italianas (pela proximidade geográfica). Mas nada se compara à babilônia que se tornou a popular Ibiza, lugar mais do que manjado do verão, onde podemos encontrar hordas de ingleses, escoceses, brasileiros, italianos, americanos, entre outras coisas mais. Outro ponto positivo para Novalja: o preço das coisas ainda é baixo comparado aos outros lugares (cerca de 3 euros por uma cerveja long-neck dentro da balada).
Por outro lado, a falta de estrutura ainda é um empecilho em um local em desenvolvimento. Não existe hostel (albergue) por lá. Hotéis são poucos, por isso, com preços altíssimos. A solução é alugar apartamento direto dos donos, que colocam anúncios em diversos sites na internet. O problema é: as boas opções se esgotam com vários meses de antecedência. Fechamos um ap (Apartmani Nada) até que legal um mês antes de viajar, mas a localização não era das melhores. Ficava em Stara Novalja, bairro que não possui transporte público nem para o centro e nem para Zrce Beach. Esse é outro grande (talvez o principal) problema de lá: o transporte. Existem raríssimos táxis na ilha e os ônibus entre o centro e Zrce são pouco freqüentes durante a noite. O pequeno centro de Novalja está em crescimento, mas até existem boas opções de restaurantes, bares e supermercados.

Mas vamos ao que interessa: Zrce Beach. Lá é onde o bicho pega. A praia de pequenas pedrinhas (sim, areia é sonho) é o ponto de partida para o dia de festa. Depois de aproveitar o sol e o mar, é hora de ir para a balada. O principal club é o Papaya, mas também existem outros por ali, como o Aquarius e o Kalypso. Pagamos apenas 110 kunas (ou 15 euros) pelo ingresso válido por quatro dias no Papaya, incluindo tardes (das 16h às 20h30) e noites (23h às 6h). Aproveitamos três dias de festa (quinta, sexta e sábado) durante o After Beach Festival, evento que reuniu o DJ David Morales, The Shapeshifters e Dirty South. Não me pergunte direito quem são esses caras que eu não entendo nada de música eletrônica, mas o negócio foi bem bom. Arrisco a dizer que o Papaya é a melhor balada que já fui em minha vida, em todos os sentidos: estrutura, público, ambiente, música, etc... Espaço grande, lotado mas sem empurra-empurra, vários bares, piscinas e, claro, loiras, loiras e mais loiras e pegação. Ahhhh, o verão!!! Vale dizer que a Croácia ainda é um dos lugares da Europa que é vantagem dizer que você é brasileiro. Diferentemente de outros países, como Inglaterra, Espanha ou Portugal, onde muitos brasileiros da pior espécie possível já invadiram e queimaram o nosso filme.

Resumindo a rotina dos três dias em Novalja: acordar, passar no centro para comer e começar o esquenta, ir para a praia de Zrce, balada no Papaya à tarde, voltar para o apartamento, tomar banho, se arrumar, continuar bebendo, ir novamente para a balada no Papaya à noite e tentar voltar para o apartamento de madrugada ou no dia seguinte cedo.
Claro, história para contar é o que não falta sobre esses dias. Mais do que qualquer lugar visitado, o que fica na memória são os momentos vividos (Caramba, comecei a filosofar agora..rs). Bom, acho que ficarei devendo os detalhes dessas histórias aqui no blog, mas certamente poderei compartilhá-las qualquer dia tomando um cervejinha por aí, seja em Novalja, São Paulo, Londres, Caraguá,...
No próximo post escreverei a segunda parte da viagem pela Croácia.

Legendas: 1,2,3,4)Balada Papaya Club, em Zrce Beach, Novalja - 5)Praia de Zrce vista do Papaya

De volta ao Brasil!

Meus caros,

Mais uma vez me desculpo pela falta de atualizações no blog. Estou de volta a São Paulo desde o dia 18 de agosto, por isso a dificuldade de escrever por aqui. Tive pouco tempo livre nesse período de mudança. Após dois anos e meio de vida em Londres, chegou o momento de voltar ao Brasil. Antes do retorno, aproveitei o verão europeu viajando pela Croácia, Itália, sul da França, Mônaco e Bélgica. Esses destinos serão relatados em breve no blog. Continuarei postando aqui histórias das viagens que fiz recentemente. E, com certeza, de férias ou em mais uma temporada na Europa (ou quem sabe em outra parte do mundo), outros destinos serão visitados nos próximos anos e adicionados no blog.
Nos próximos posts, falarei sobre algumas viagens na alta-temporada. O verão europeu é algo único, um período simplesmente espetacular. Claro, sei que o verão do Brasil também é sensacional, mas ouso dizer que essa estação no Velho Mundo é algo incomparável. Talvez a explicação para isso seja a diferença da duração das altas temperaturas nos dois lugares. Enquanto na maior parte do território brasileiro temos verão praticamente o ano todo, na Europa o sol aquece de verdade apenas três meses por ano (Claro, isso varia do sul para o norte). E isso faz com que eles definitivamente aproveitem esse período. O humor das pessoas muda, a energia é maior. Para quem gosta de festa e calor, esse é o momento de aproveitar. Ahhh, o verão.
Passei os três últimos verões europeus por lá e escolhi um destino diferente para viajar em cada um deles. Todos eles, digamos assim, pouco culturais. Ou melhor, dependendo do ponto de vista, muito culturais. Afinal, cultura não é só visitar museu e igreja. Praia, balada e contato com a receptiva população local também enriquecem o nosso conhecimento..rs. Em 2008, Ibiza, na Espanha. Em 2009, Ilhas Gregas. E em 2010, Croácia. Três viagens iradas, parecidas em um sentido, mas completamente diferentes em outro. Explicarei melhor sobre esses lugares nos posts seguintes.
Cheers!