quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Deserto do Saara: uma viagem diferente, mas muito mais perto do que parece...


Conhecer o deserto do Saara às vezes parece ser uma coisa inalcançável. Aliás, falar em viagens para muita gente parece ser uma coisa distante, difícil, cara. Eu cada vez tenho mais certeza que viajar é uma das coisas que mais vale a pena no mundo, por diversos motivos. Claro que nem sempre é fácil, já que envolve dinheiro, planejamento, férias... Mas muito mais do que tudo isso, envolve vontade e o espírito de viajante. Garanto que viajar é muito mais simples e barato do que a maioria pensa. Basta querer.
Essa introduçãozinha meia-boca foi só um pensamento de quem hoje acha que o trajeto São Paulo-Londres pode ser “mais curto” do que alguns acham que é São Paulo-Caraguá, por exemplo. Mas vamos voltar ao deserto do Saara que, acreditem, não fica tão longe assim. Aliás, Marrocos às vezes parece ser mais Europa do que África, principalmente para quem está na Espanha.

Relembrando o que escrevi no post anterior, depois de encontrar acomodação em Marrakesh, o passo seguinte foi procurar um jeito de ir para o deserto. A princípio, nossa ideia era pegar uma excursão de apenas uma noite, mas pela distância essa opção não era viável. Resultado: fechamos um pacote de três dias e duas noites. Mas, calma. Não pense que chegamos num escritório com ar conmdicionado de uma Stella Barros, Tia Augusta ou CVC da vida para acertar tudo. O negócio foi um pouquinho mais precário. O cara da pousada onde estávamos nos indicou um amigo que tinha uma “agência de turismo” para esse tipo de passeio. Ele nos levou até uma loja de sapatos em uma dessas apertadas vielas. Fomos recebidos pelo simpático marroquino, que nos serviu chá verde grátis e nos acomodou dentro da loja. Sob um calor de 40 graus, sentados no chão, em bancos improvisados ou em cima dos sapatos, começamos a negociar. Não se esqueça que éramos em nove pessoas. Aí novamente entra a dica de pechinchar bastante. Acabamos pagando 80 libras cada (1000 dirhams), incluindo o transporte, duas noites de acomodação, o passeio de camelo pelo deserto e almoço. Outra coisa importante, existem diversos pontos do deserto para se visitar, alguns nem tão espetaculares quanto outros. O nome certo é Merzouga. Lá é possível encontrar altas dunas de areia e aquele belo visual que se imagina de um deserto. O guia tentou nos empurrar uma ida a Mhamid, ao invés de Merzouga, citando mil e uma qualidades deste outro lugar. Quem chega lá sem ter pesquisado nada, certamente cai na lábia do larápio marroquino, que quer ir para um lugar mais perto, mais acessível, mas não tão bom. Sorte que eu tinha pesquisado antes e não aceitei a ideia dele, então fomos mesmo para Merzouga.

No dia seguinte, quinta-feira umas 7h da manhã, estávamos no ponto de encontro para a partida. Nossa saída foi atrasada por um probleminha que o cara não avisou antes. Éramos em dez pessoas (nós nove e mais o guia/motorista), e a capacidadde permitida na van era para nove pessoas. Primeiro o cara tentou chamar uma amigo que tinha outra van, depois tentou nos convencer novamente a ir para Mhamid (porque ele disse que conhecia os policiais dessa estrada), mas no final das contas partimos na mesma van e para Merzouga, com a condição de que um de nós se abaixasse no caso de uma blitz da polícia (Alguma semelhança com o Brasil?). Depois de umas quatro horas de estrada, com uma rápida parada para comer, chegamos em Ait-Ben-Haddou. A interessante cidade fortificada, com várias casinhas em uma colina, foi cenário para a gravação de vários filmes hollywoodianos, como “A Múmia”, “Gladiador” e “Alexandre”. Depois disso e mais horas de viagem, chegamos no hotel Les 5 Lunes, onde passamos a noite, perto da cidade de Ouarzazate. Local agradável, tradicionalmente marroquino, com direito a jantar típico e o dono do local tocando violão na sacada ao ar livre em uma noite enluarada.

Sexta-feira logo cedo pegamos a estrada novamente e seguimos para Merzouga. Chegamos na beira do deserto por volta das 16h e almoçamos por ali. Foi a melhor refeição nossa no Marrocos, não só pela comida, mas também pelo ambiente típico e pelo visual ao fundo com as dunas de areia. Aliás, comida é um outro capítulo à parte por lá. Aos mais frescos, preparem-se para enjoar de tagine, um prato típico de frango ou alguma carne misturado com legumes, sempre com muito cominho.
No final da tarde, começamos o trajeto de duas horas andando de camelo rumo a um acampamento no meio do deserto. Isso mesmo. Uma viagem a camelo pelas dunas de areia do Saara, com direito a uma parada para ver o pôr do sol. No início da noite, chegamos ao acampamento, umas tendas a céu aberto onde passamos a noite. Antes de dormir, mais um jantar típico, música marroquina e um visual inexplicável. São coisas que dificilmente a gente imaginaria que passaria um dia na vida. Indescritível.
Aí vai uma dica para quem quiser esquentar a noite com um pouco de álcool. Compre vinho, vodka ou qualquer outra bebida em Marrakesh ou outra cidade maior, que são locais internacionalizados. No caminho para o deserto é praticamente impossível achar, já que a religião islâmica não permite. E caso encontre, será bem mais caro. Em Marrakesh, principalmente durante o ramadã, não se vende bebida alcoólica em qualquer lugar. Nunca dentro da medida. É preciso ir aos supermercados maiores na parte nova da cidade, onde nós turistas temos permissão para comprar isso, o que não acontece com os muçulmanos. A mesma coisa vale para beber em bares, somente em hotéis ou bares autorizados fora da medina. Mas existem vários, não é difícil achar.
Depois da excêntrica noite no Saara e mais duas horas em cima do camelo no dia seguinte logo cedo, pegamos a van e fizemos o trajeto de volta até Marrakesh, onde chegamos já durante a noite.

Deixei Marrocos instigado para conhecer mais países, mais culturas diferentes. Como já escrevi no início do post anterior, este foi o país mais diferente que conheci até agora. Depois disso, lugares no Oriente Médio, Ásia em geral e África entraram na minha lista de próximos destinos. Faz bem pra entender as diferenças, faz bem pra abrir a mente. Faz bem...

Legendas: 1) Cidade fortificada de Ait-Ben-Haddou - 2) Camelos à beira do deserto - 3) Deserto do Saara, dunas de Merzouga - 4) Acampamento no deserto do Saara - 5) Música típica marroquina no deserto

3 comentários:

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