sexta-feira, 18 de junho de 2010

Lisboa: mais que um passeio por uma aula de história brasileira


O mais brasileiro _por motivos óbvios_ dos países europeus raramente está entre as prioridades de visita de quem viaja pela Europa. Eu me incluo nesse caso, já que fui pra lá apenas no meu terceiro ano morando no Velho Mundo. No entanto, Portugal reserva boas surpresas e vale ser incluído no roteiro, principalmente para nós brasileiros que fomos colonizados por eles. Além de podermos ver de perto muitas coisas que estudamos no colégio nas aulas de história, é possível perceber de onde vêm muitos de nossos costumes. Mas não é só isso que Portugal pode oferecer. No intervalo da aula: boa comida, praias e uma agradável vida noturna também fizeram parte da minha viagem. O ponto negativo ficou por conta do mau-humor dos portugueses, que será explicado no decorrer desse post duplo.

No final de maio deste ano, aproveitei para conhecer Lisboa e a região do Algarve logo depois de uma viagem a Madri, na Espanha, onde tinha ido para a final da Champions League. Fiquei cinco noites por lá, junto com os amigos Alex, Nelber e Suelen. Cheguei a Lisboa no domingo pela manhã e tivemos dois dias e meio para conhecer a capital, que, apesar de ser uma cidade grande, ainda reserva ares provincianos. Comparando-se com a média européia, Portugal é um país barato. Pudemos comprovar isso logo de cara no albergue que ficamos, o Kitsch Hostel, onde pagamos apenas 12 euros a diária, preço mais do que justo para uma boa e bem localizada acomodação, na Praça dos Restauradores. Também fizemos algumas boas refeições na rua gastando pouco, entre 5 e 7 euros por um prato com peixe, como o tradicional bacalhau, mais acompanhamentos. Achamos até um lugar onde almoçamos à brasileira: arroz, feijão, bife e ovo, nessa mesma média de preço

O primeiro passeio foi na região onde estão as atrações mais interessantes da cidade, o Belém. O bairro fica a cerca de 15min do centro e para se chegar lá basta pegar um tram, vulgo bonde, ou elétrico na língua portuguesa dos gajos. Para começar, fotos na Torre de Belém, que é uma parada obrigatória. A construção, às margens do Rio Tejo, é um símbolo de Portugal da era dos descobrimentos através de suas expedições marítimas. Pagamos 7 euros para entrar no Mosteiro dos Jerônimos, uma imponente construção histórica, onde estão os túmulos de Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Luís Camões. Se bem que, os restos mortais desses dois últimos estão dentro da igreja anexa ao complexo, onde não é preciso pagar pela visita. Próximo dali, também está o monumento Padrão dos Descobrimentos, em frente à Praça do Império. Tão imperdível quanto essa parte histórica é comer o pastel de Belém, feito de nata, e vendido por apenas 0,90 centavos numa tradicional lojinha.
Domingo à noite ainda serviu para subirmos e descermos ladeiras e darmos uma volta pelo Bairro Alto, região boêmia da cidade, repleta de vários barzinhos. Claro que o local não estava tão cheio como costuma ser nas sextas-feiras e sábados, mesmo assim foi possível tomar mais de um imperial, como eles chamam o copo de cerveja por lá. Também demos uma passada no bar A Brasileira, que fica no Chiado e era freqüentado por Fernando Pessoa. No local, há até uma estátua do escritor brasileiro

O segundo dia foi reservado para um passeio em Cascais, município vizinho a Lisboa, que conta com badaladas praias e mansões dos endinheirados. Por 1,70 euros cada trecho, pegamos um trem na estação Cais do Sodré e em cerca de 40 minutos descemos em Estoril, seguindo recomendação da recepcionista do hostel. De lá, caminhamos beirando a praia por no máximo meia hora, rodeados por uma agradável paisagem, até atingirmos Cascais. Mesmo ainda não sendo o pico do verão, o calor que fazia por lá já foi suficiente para ficarmos várias horas deitados na areia da praia. Mas não suficiente para entrar na gelada água do mar. Poucos se arriscaram. Também conhecemos o centrinho de Cascais e uma formação rochosa beira-mar conhecida como Boca do Inferno. A noite novamente foi reservada ao Bairro Alto, dessa vez com uma ida à Tasca do Chico, tradicional bar onde presenciamos um show de fado. Na real, alguns minutos ali foram suficientes para conhecermos a tradicional musical portuguesa, já que o fado não é dos dez estilos mais animados do mundo. Então, fomos pra outros bares em busca de algo mais, mais, mais... Bom, em busca de algo mais.
Antes de deixarmos Lisboa, ainda tivemos a manhã de terça-feira para fazer um tour nos principais pontos turísticos concentrados na região central, como a Catedral da Sé, o Castelo de São Jorge, as praças do Comércio, do Rossio e da Figueira, além das ruas de Alfama e da Baixa. Nesse caminho, não era raro se deparar com estátuas de personagens que construíram a história brasileira, como Dom João, Dom Pedro. Depois do almoço, partimos em direção ao sul do país. E a continuação da viagem vem no próximo post...

Legendas: 1) Torre de Belém - 2)Catedral da Sé - 3)Praça da Figueira com Castelo de São Jorge no alto ao fundo - 4)Cascais

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